Livros de Bolso, em sua defesa

 

Penguin Books (Google)

Depois de uma ida ao Continente onde estive a namorar alguns livros, acabei por me vir embora de mãos a abanar, no que à aquisição de livros diz respeito.

Não foi a primeira nem será a última vez e, sempre que isto acontece, dou comigo a pensar no contra-senso (mais um!) que é alegar a pretensão de fomentar a leitura de obras de qualidade, sem que haja a preocupação de facilitar a aquisição das mesmas, a preços comportáveis, para a maioria das bolsas dos portugueses.

Assim pensava, há oito anos atrás, e assim continuo a pensar.
Pouco mudou, entretanto, e continuam a ser escassas as alternativas oferecidas em termos de edições de bolso, comparativamente com as outras, as normalizadas.
(Outubro 23, 2018)

Ao reflectir sobre esta questão lembrei-me de uma expressão que ouvia com alguma frequência, sempre que havia manifestações de ostentação e/ou opulência, individuais ou colectivas, aqui em Portugal - "à grande e à Francesa"- e, perante os desaforos a que temos vindo a assistir em termos de opções, não só editoriais, como políticas, governamentais e por aí fora questionei-me se não seria mais adequado, actualmente, alterarmos a expressão, substituindo a palavra "francesa" por "portuguesa"...
Tão desproporcionado quanto ridículo, mas revelador de uma cultura e mentalidade que já poucos contestam tal o estado de dormência a que temos vindo a ser condenados.

Comentários