Little Free Librairies
Na sequência da lógica implícita à concepção dos livros de bolso, enquanto veículos de democratização da cultura, há anos que existem, nos EUA, pequenas livrarias de bairro, organizadas por iniciativa dos próprios moradores as – little free librairies – que têm como objectivo facilitar o acesso e troca de livros de forma gratuita e solidária.
A mesma filosofia foi, também, implementada no Reino Unido onde, em muitas localidades, se transformaram as típicas e tão britânicas cabines de telefone vermelhas em mini bibliotecas do género self-service, com uma única condição: leve um livro e deixe outro.
Aqui, em Portugal, tenho as minhas sérias dúvidas a propósito da implementação e sucesso de uma tal iniciativa:
primeiro, porque escasseiam as edições de bolso e o carácter descartável que lhes está associado, na sequência dos irrisórios preços de aquisição;
em segundo lugar, porque aqui não existe uma cultura comunitária de partilha e reutilização dos bens dispensáveis;
por fim, na sequência de uma quase generalizada ausência de cultura cívica orientada para o respeito pelos bens alheios não faltariam agentes que, num curto espaço de tempo, roubassem e vandalizassem estes pequenos espaços generosamente abertos ao público, com o propósito de o servir.
Leve um livro e traga outro ... troque …
Sirva-se e permita aos outros que se sirvam …
Partilhe ... respeitando o que a todos poderá pertencer
Gosto desta filosofia ..., desta forma de ser e estar em pequenas comunidades que tenham a sorte, o desejo e a capacidade de se agregarem, partilhando valores e interesses comuns …
Sonho com este exercício do direito e dever de cidadania!
(Outubro, 24, 2018)
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