Crimes de guerra: permitir agora, para julgar depois


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Rússia invade Ucrânia e atira Mundo para nova Guerra Fria
JN

Permitir agora, para julgar e castigar depois!

É esta a lógica dos "senhores" do planeta em relação ao que se está a passar na Ucrânia.
Entretanto assiste-se ao destruir de uma Nação e à chacina de um povo sob o argumento de que mais sangue se verteria se houvesse um outro tipo de intervenção, se se fizesse aquilo que seria de esperar fosse feito, nada mais nada menos, do que tudo fazer para "cortar o Mal pela raiz".
Com a consciência e lucidez suficientes para reconhecer o valor (ou a falta dele) das opiniões que expresso - não sou ninguém, apenas gente, mas gente que reflecte - penso em mim, no meu país ou em qualquer outro e apercebo-me de que, se estivéssemos numa situação semelhante à da Ucrânia, sujeitos a uma qualquer invasão por parte de uma qualquer entidade insana estaríamos, tal como os Ucranianos, completamente sós, entregues a nós próprios e às nossas contingências, sem apelo nem agravo, apesar de uma eventual condenação mediática global por parte de aliados e simpatizantes...
Seríamos eliminados, aniquilados, reduzidos a cinzas e, posteriormente, lamentada a situação que nos coube enfrentar!...

Guerra nossa, sangue nosso.

Preocupados em investigar e documentar eventuais crimes de guerra, ninguém contempla a hipótese de por um termo a esse massacre, a esse constante acumular de horrores com que diariamente somos bombardeados através dos diferentes meios de comunicação social.
Entretanto, e como é já é habito em períodos de grande sofrimento e enorme instabilidade, há sempre quem ganhe com estas situações e os comentadores/especialistas vieram para se instalar.

A mim, que "fervo em pouca água" e sempre procuro abreviar situações problemáticas parece-me cínico, mesmo obsceno, não só permitir como assistir ao prolongar de uma guerra que de dia para dia vai ceifando mais vidas, destruindo, traumatizando e desestruturando mais famílias, criando mais orfãos e devastando mais território. 

Enquanto os critérios de intervenção se basearem, apenas e só, em apoios técnicos, morais e materiais não poderemos contar, nunca, com aquela que aparenta ser (aos olhos de um leigo!...) a mais eficaz e rápida das soluções: uma intervenção directa por parte das forças aliadas de algumas das mais poderosas potências mundiais.

(Abril, 17, 2022)

E a guerra prolonga-se sem parecer ter fim à vista!...

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