O muro do meu descontentamento


Mansinho, muito de mansinho, olho para o muro cujas pedras permiti, ignorante e descuidadamente, se fossem acumulando e questiono-me sobre o que devo fazer para o ultrapassar, para derrubar aquela barreira que nunca deveria ter existido, pelo simples facto de sentir que, na parte que me toca, não haveria razões plausíveis que pudessem ter justificado a sua existência!

Incrédula, desajeitada, relutante e desesperadamente encaro esta criação mental, uma mera e destrutiva criação mental, monstruosa porque delirante, e recuso-me a cruzar os braços e a permitir que ela se prolongue no tempo e me roube os momentos de paz e plenitude pelos quais tenho vindo a lutar, afincadamente, ao longo dos anos.

Ainda não sei como mas, definitivamente, lutarei para derrubar este muro que me divide de quem tanto amo, nem que para isso tenha de fazer desta, a minha última causa.
Ilustr. FB

Comentários