Genealogia e adopção


Mozelle Couto, "Mother´s Love"

Por razões que me parecem óbvias, discordo totalmente do facto de se registarem, numa árvore genealógica, filhos não biológicos.
É com bastante indignação que vejo acontecerem essas situações no Geneall Plus um site que, sendo pago, deveria oferecer alguma credibilidade em termos de escrutínio da autenticidade do que se vai postando.
Só num país de "faz de conta" é que, por exemplo, um professor universitário (com toda a carga intelectual, científica e, porventura, moral que lhe está associada) comete a ousadia de inscrever na sua pública árvore genealógica uma descendência que, sendo fruto do coração o não é da Biologia*.
Em meu entender, em nome da Ciência e da verdade, deveria ter-se abstido de a preencher, a fim de evitar embaraços e de desvirtuar a filosofia subjacente à Genealogia.
Por experiência própria, mãe de dois filhos (um adoptado e um biológico), por muito amor que sinta pela minha filha adoptada, seria incapaz de a incluir na minha árvore genealógica (herança do meu avô materno), não só por razões de honestidade intelectual mas, precisamente, pelo muito amor que lhe tenho e pelo respeito que por ela sinto. 
As idas ao médico e as embaraçosas lacunas de informação relacionadas com o historial clínico da sua família biológica, o seu nome original e o respeito que ela e a sua herança genética me merecem levaram-me a, com os poucos elementos que detinha, dar inicio a uma pesquisa (tão intensa quanto emocionante) e construção da sua própria árvore genealógica, com todo o amor e dedicação que por ela sinto.
Orgulho-me de ter chegado até à sexta geração (1800) por parte da sua avó materna!
Agora, que já tem quarenta anos, e depois de algumas fortes "tempestades", a cumplicidade, ternura e amor que caracterizam a nossa relação são a prova, provadíssima, de que a estratégia utilizada e o caminho percorrido foram os mais correctos, e não poderiam ter sido outros que não os que tiveram por base, não só uma constante transparência como uma forte e convicta persistência.
Entretanto, atendendo ao desenrolar dos acontecimentos e à forma, peculiar, como me veio parar aos braços, estou cada vez mais convencida de que esta foi uma missão que me foi atribuída por Forças que me ultrapassam, independentemente da designação que possam ter e da Fé e crenças de cada um.
Muito grata ao Universo por esta minha filha e pela confiança em mim depositada!...

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