Charity Shops, uma solução ecológica e inteligente contra o Desperdício

 
«As long as Hunger exists, Peace cannot prevail.»

Em tempo de crise, caberá às organizações de cariz social e, nomeadamente, ao Serviço Social, contribuírem para amenizar os efeitos da mesma, não só através da pesquisa e divulgação dos recursos comunitários existentes como, também e fundamentalmente, da implementação de soluções novas e/ou alternativas, visando os padrões mínimos de bem-estar a que qualquer ser humano tem direito.
De enraizada tradição Britânica, as "Charity Shops " constituem uma alternativa muito razoável para quem poucas alternativas tem!...
Numa sociedade onde o desperdício é factor cultural, seria bom implementar o hábito do reaproveitamento daquilo que, deixando de ser útil a uns, poderá servir, ser de extrema e económica utilidade para outros!
Desde o vestuário aos eletrodomésticos , passando por peças de mobiliário, pelos livros e bric-à-brac, tudo pode ser reaproveitado por aqueles que, nas respetivas comunidades, menos recursos têm.
Mas não só!... 
Também os coleccionadores, ecologistas e afins encontram nestas, a preços irrisórios, a peça, o objecto, o item tão inesperado quanto apetecível porque, surpreendentemente, acessível!..."
(2004)
Com a forte convicção de que pouco ou nada mudou e de que continuamos a viver numa cultura que, longe de combater o desperdício e de incentivar ao reaproveitamento, cada vez mais cultiva e alimenta comportamentos individualistas e atentatórios do conceito de bem comum.
A ausência e falta de sensibilização para este conceito - que é estrutural em termos de promoção de uma cidadania, não só activa como participativa - e que há muito deveria ter sido interiorizado através de currículos escolares coerentes, abrangentes e com interligações disciplinares, é a grande responsável pela manutenção e reprodução desta cultura individualista, se não mesmo egoísta, de que todos somos cúmplices.
Seduzidos, em maior ou menor intensidade pela sociedade de consumo à qual é difícil escapar - mas cada vez mais conscientes de que os bens que consumimos são tendencialmente concebidos para ter um tempo de vida limitado, em benefício de quem os manda produzir - acabamos por nos deixar arrastar pela lógica dominante, que se traduz nas etapas seguintes: compra, estraga e envia para o lixo - aquilo que, eventualmente e entregue a mãos competentes, ainda poderia ter um tempo de vida mais prolongado e manter as funcionalidades que estiveram na origem da sua concepção.
Out/2019
Os períodos de crise económico-financeira têm vindo a suceder-se e este conceito acabou por ser implementado de Norte a Sul do país, inicialmente nas regiões onde existiam significativas comunidades de cidadãos britânicos.
O que, hoje em dia, me preocupa e entristece é pressentir a existência de uma hipotética desvirtuação do conceito que esteve subjacente à sua criação e implementação.

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