Nasreddin Hodja, A túnica de Nasreddin


«Uma tarde em que Nasreddin regressava do seu trabalho nos campos, com a roupa suja e lamacenta, ouviu cantar e rir e apercebeu-se de que havia uma festa nas redondezas.
Ora, entre os seus, quando há uma festa toda a gente pode participar.
Então, Nasreddin empurrou a porta da casa a sorrir de felicidade pois, da cozinha, emanava um delicioso aroma a couscous.
Mas não conseguiu ir longe.
Estava de tal maneira mal vestido que foi apanhado sem qualquer cerimónia.
Irritado, correu até sua casa, vestiu a sua mais bela túnica e regressou à festa.
Desta vez, foi bem acolhido.
Instalaram-no confortavelmente e deram-lhe de comer e de beber.
Nasreddin pegou no couscous, no molho e no vinho e começou a derramá-los sobre a sua túnica, ao mesmo tempo que dizia:
- Come, túnica. Bebe, túnica.
Um homem que se encontrava sentado ao seu lado perguntou-lhe:
- Mas, o que estás a fazer? Estás louco?
- Não, amigo, respondeu-lhe Nasreddin.
- Na verdade, não fui eu o convidado, mas sim a minha túnica.» 😄

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Tradução e adaptação
Maria M. Abreu

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