Nasreddin Hodja, Insha'Allah
«Djeha-Hodja Nasreddin estava determinado a ser mais empreendedor.
Um dia, disse à sua mulher que ia arar o seu terreno junto ao rio e que estaria de regresso à hora de jantar.
Ela insistiu para que ele dissesse “Insha'Allah” (se Deus quiser).
E ele respondeu-lhe que era essa a sua intenção, quer Deus quisesse ou não.
Horrorizada, a sua mulher levantou os olhos ao céu e, tomando Allah como testemunha, pediu-lhe que perdoasse este perjúrio.
Djeha-Hodja Nasreddin pegou na sua charrua, atrelou os bois e, montando o seu burro, partiu para o campo.
Entretanto, depois de uma chuva repentina e breve, o rio transbordou.
O seu burro foi arrastado pela corrente, ficou preso e um dos bois partiu uma perna.
Djeha-Hodja Nasreddin não teve outra alternativa senão substituí-los.
A noite chegou, entretanto, e ele só tinha conseguido acabar metade do terreno.
Extenuado, ainda teve que esperar na obscuridade, durante muito tempo, que o nível da água baixasse de forma a poder fazer atravessia.
Chegou, finalmente, a casa por volta da meia-noite, encharcado e bem mais sábio…
Bateu à porta.
-“Quem é?”, perguntou a mulher.
-“Penso que sou eu, se Deus quiser…”»
Ilustr. Google
Tradução e adaptação
Maria M. Abreu
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