Anos 60 e 70, Orgulho geracional

 

A pensar ... a pensar que vivemos numa época e numa sociedade de tanta gente arrogante, cheia de si mesma, onde alguns (talvez os mais inteligentes, não sei!), revelam características de "quase mutantes" e que, afinal, foi gente da minha geração, de  gerações anteriores e logo seguintes que, devido à sua curiosidade e a uma avassaladora criatividade, prepararam o terreno e criaram as condições e os instrumentos para que possamos estar a usufruir de todo o desenvolvimento tecnológico hoje ao nosso dispor.

Entretanto, porque tudo tem explicações e não acreditamos em gerações espontâneas de coisa nenhuma, tudo isto aconteceu na sequência dos problemas com os quais tiveram de se confrontar, na época, as guerras reais e as de sentido figurado, e da forma como reagiram aos mesmos.

Muitos deles instruídos, seres pensantes, a viver num ambiente cultural a fervilhar de novas teorias nas diferentes áreas do conhecimento e, nomeadamente, as das ciências sociais, estava criado o caldeirão e reunidos os ingredientes necessários que induziram a uma reflexão mais aprofundada, a um permanente questionar de tudo e de todos ...

E foi esse espírito combativo, foram essas revoltas, essas causas e a busca de soluções concretas que levaram a essa gigantesca onda contestatária que, atravessando fronteiras - as do pensamento e as geográficas - permitiram, não só a uma fertilíssima explosão de ideias, como ao fundado desejo de as aplicar à realidade.

Sinto um enorme orgulho, tanto na minha geração como nas que a antecederam e lhe sucederam!

Maria M. Abreu (2019.11)
Ilustr. FB

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